A carreira médica é reconhecida por sua importância social, mas quando falamos da atuação como profissional liberal, surgem questões importantes relacionadas à carga tributária.
A tributação para médicos autônomos pode ser um desafio se não houver organização e conhecimento sobre as obrigações fiscais.
Neste artigo, você vai entender como funciona o cálculo de impostos, as alternativas legais para reduzir encargos e as boas práticas para evitar problemas com o Fisco.
Atuação como médico autônomo: o que o caracteriza?
Antes de falar sobre impostos, é importante entender o que define o médico como autônomo.
De forma geral, considera-se autônomo o profissional que presta serviços por conta própria, sem vínculo empregatício e sem ser sócio de uma empresa para essa atividade.
Esse tipo de atuação é muito comum entre médicos que atendem em consultórios próprios, fazem plantões em diferentes clínicas ou prestam serviços para hospitais como pessoa física. A consequência direta disso é a responsabilidade sobre a emissão de recibos, recolhimento de tributos e controle financeiro pessoal.
Quais são os impostos que incidem sobre médicos autônomos?
A tributação para médicos autônomos envolve diversos encargos, e o descuido com eles pode acarretar multas, juros e até investigações por sonegação fiscal. Os principais impostos e contribuições obrigatórios para quem atua como autônomo são:
- Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
- INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
- ISS (Imposto Sobre Serviços) – exigido por alguns municípios
Vamos detalhar cada um a seguir.
1. Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
O IRPF é o tributo mais expressivo para quem atua como médico autônomo. Ele é calculado de forma progressiva, de acordo com os rendimentos recebidos durante o ano. A tabela vigente em 2025 é a seguinte:
Tabela: Faixas de IRPF 2025 para médicos autônomos
Faixa de Renda Mensal (R$) | Alíquota (%) | Parcela a Deduzir (R$) |
Até 2.112,00 | Isento | 0,00 |
De 2.112,01 até 2.826,65 | 7,5% | 158,40 |
De 2.826,66 até 3.751,05 | 15% | 370,40 |
De 3.751,06 até 4.664,68 | 22,5% | 651,73 |
Acima de 4.664,68 | 27,5% | 884,96 |
Os médicos devem realizar mensalmente o cálculo do Carnê-Leão, que é o sistema da Receita Federal para recolhimento de imposto sobre rendimentos recebidos de pessoas físicas.
Isso vale, por exemplo, quando o paciente paga diretamente pelo atendimento, sem intermediação de hospitais ou clínicas.
Se o rendimento anual ultrapassar R$ 30.639,90 (teto em 2025), será obrigatória a entrega da Declaração de Imposto de Renda anual.
2. INSS para médicos autônomos
O recolhimento ao INSS garante a contagem do tempo de contribuição para aposentadoria, além de acesso a benefícios como auxílio-doença e salário-maternidade. O médico autônomo contribui como contribuinte individual, e a alíquota é de:
- 20% sobre o rendimento bruto, respeitando o teto previdenciário (R$ 7.786,02 em 2025)
- Ou 11%, se optar pelo plano simplificado (sem direito à aposentadoria por tempo de contribuição)
O recolhimento deve ser feito via Guia da Previdência Social (GPS), utilizando o código 1007 (contribuinte individual).
3. ISS – Imposto Sobre Serviços
O ISS é de competência municipal e incide sobre a prestação de serviços. A alíquota varia de 2% a 5%, conforme a legislação da cidade onde o serviço é prestado. Alguns municípios exigem cadastro e emissão de nota fiscal pelo médico, mesmo sendo pessoa física.
Para evitar riscos, é fundamental consultar a prefeitura local e verificar a necessidade de recolhimento do ISS como autônomo.
Como calcular os impostos como médico autônomo?
A melhor forma de calcular corretamente a tributação para médicos autônomos é manter uma planilha mensal com todos os rendimentos e despesas dedutíveis. Abaixo, um passo a passo:
- Registre todos os rendimentos obtidos com consultas, plantões e procedimentos.
- Deduzir despesas relacionadas à atividade, como aluguel do consultório, material médico, secretária, contador, energia, entre outras (todas devem ser comprovadas com nota fiscal).
- Calcule o IR mensal, com base na tabela progressiva do Carnê-Leão.
- Recolha o INSS conforme a faixa de rendimento.
Verifique o ISS, caso haja exigência municipal.

Riscos fiscais: o que pode acontecer se não pagar corretamente?
Deixar de cumprir com a tributação para médicos autônomos pode acarretar consequências sérias:
- Multas e juros sobre tributos atrasados
- Bloqueio de CPF
- Impedimento de emitir certidões negativas, necessárias para contratos e concursos
- Abertura de processo fiscal, com risco de autuação por sonegação
- Perda de benefícios previdenciários, por ausência de recolhimento ao INSS
É importante destacar que a Receita Federal cruza informações por meio da DIRF, e também recebe dados de operadoras de saúde e clínicas. Ou seja, omitir valores pode ser facilmente identificado.
Vale a pena abrir um CNPJ como médico?
Uma dúvida comum entre profissionais da saúde é se compensa formalizar um CNPJ, em vez de atuar como autônomo.
A resposta depende do volume de receitas e do planejamento tributário. Em muitos casos, abrir uma empresa pode reduzir consideravelmente a carga tributária, já que a alíquota pode chegar a menos da metade da tributação como pessoa física.
Um médico que recebe, por exemplo, mais de R$ 20 mil por mês como autônomo pode pagar até 27,5% de IR, além do INSS. Já como Pessoa Jurídica (PJ) no regime do Simples Nacional, ele pode pagar algo entre 6% e 15,5%, dependendo da faixa de faturamento.
Comparativo simplificado:
Situação | Tributação Estimada | Observações |
Autônomo (Carnê-Leão) | Até 27,5% (IR) + 20% (INSS) + ISS | Pode ultrapassar 45% do rendimento |
Pessoa Jurídica (Simples Nacional) | A partir de 6% | Exige contador e CNPJ |
Antes de tomar qualquer decisão, o ideal é consultar um contador com experiência no setor médico, que possa analisar o perfil de faturamento e os custos envolvidos.
Como reduzir legalmente os impostos?
Existem formas totalmente legais de reduzir a tributação para médicos autônomos:
- Dedução de despesas: despesas essenciais à atividade médica são dedutíveis no IR. Basta comprovar com notas fiscais.
- Plano de previdência privada (PGBL): permite deduzir até 12% da renda bruta anual tributável.
- Contribuição por valor menor no INSS (11%): se o médico não quiser se aposentar por tempo de contribuição.
- Abertura de empresa (PJ): alternativa viável para reduzir impostos, especialmente para quem fatura acima de R$ 10 mil mensais.
- Contabilidade especializada: um bom contador pode planejar o pagamento de tributos da forma mais econômica possível.
Boas práticas fiscais para médicos
Além de conhecer os tributos, é importante adotar práticas que ajudem na organização e prevenção de problemas. Veja algumas:
- Utilize softwares de gestão financeira e fiscal
- Emita recibos ou notas fiscais corretamente
- Pague os tributos em dia
- Evite movimentações financeiras incompatíveis com os rendimentos declarados
- Faça a declaração de IR com o suporte de um contador
Conclusão
A tributação para médicos autônomos exige atenção e disciplina. Apesar de parecer complexa, com a organização adequada é possível calcular os impostos de forma correta, reduzir encargos legalmente e manter-se em conformidade com o Fisco.
Para muitos profissionais da saúde, abrir um CNPJ pode representar uma economia significativa, mas é essencial avaliar o caso individualmente com ajuda especializada.
Se você é médico autônomo e quer evitar riscos fiscais, considere contar com o apoio de um contador de confiança e investir em planejamento tributário.
Dessa forma, além de cumprir suas obrigações legais, você garante mais tranquilidade e segurança para exercer sua profissão.
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